terça-feira, 26 de junho de 2012

O Diário de Nicholas Morgenstern part. 8


Nicholas Morgenstern


...Eu... Onde estou? Essa decoração de casamento, e... Peraí eu sou o noivo? Bom, eu estou num altar de casamento, e está tocando a marcha nupcial e Alice?! Ela vem em minha direção com aquele lindo vestido branco e aquele maldito chapéu que me impedia de admirar a sua beleza por completo, ela não parecia triste a vejo até sorridente, como isso é possível? Ela vai se casar a força e ainda sorri. Quando o padre perguntou se ela gostaria de ser a senhora Morgenstern ela simplesmente disse sim, e a cena muda ela está me pedindo permissão para dançar com o Jonathan eu concedo é claro, e foi então que eu vi aquele maldito escondido na sombra no caminho da plantação: Jack Jackson, o pai de Alice, fui até ele e perguntei o que queria ele sorriu me entregou uma carta e disse para entregá-la em mãos aos destinatários e que se eu o seguisse ele matava o meu bando, meus amigos, desgraçado!... E ai eu finalmente acordei desse maldito pesadelo, droga! O pior é ser verdade, eu estou indo entregar essa maldita carta como um maldito mensageiro, um peão jogado de um lado para o outro nesse joguinho de poder. Argh! Amaldiçoado sejam.
Levantei, o sol ainda não havia nascido; mas não ia tardar a acontecer e eu sabia que não conseguiria dormir mais o que não me surpreende com tanta coisa em minha cabeça logo teria cabelos brancos de tanto pensar e me torturar. A ronda estava com o Skinner, o mandei dormir já que eu estava bem desperto. Não fiquei muito tempo a sós com meus pensamentos, ao que parece não sou só eu que estou com dificuldades para dormir, Jonathan levantou e sentou ao meu lado, a princípio nada disse mas a medida que o tempo foi passando ele que estava cabisbaixo de súbito levantou a cabeça quase como se tivesse tido uma revelação, deu um sorrisinho, e me olhou nos olhos como se pudesse desvendar todos os meus segredos se me olhasse o suficiente, sorriu de novo e olhou para o leste onde pôde ver os primeiros indícios de dia e finalmente falou, o que me tirou de minha agonizante reflexão dos fatos - Nic, eu não sei se devo ficar preocupado. Você é o meu melhor amigo, na verdade você é como o irmão que eu não tive e não minta nem negue a verdade para si e para mim, mas você está apaixonado por Alice!? - eu não entendi se era uma pergunta ou uma afirmação e preferi não questionar a linha de raciocínio de John - É o que eu acho, mas o que eu realmente quero saber é o que você acha?
- John, eu nem sei o que te dizer, a verdade é que não sei o que dizer para mim mesmo então estou focado apenas em meu dever, em minha honra, e consequentemente a promessa que fiz para Elliot de proteger Aly, estou fazendo isso.
- Você abriu a carta?
- Sim, é claro. Eu jamais levaria uma armadilha para Elliot, aliás você foi ótimo despistando os capangas de Jack, devo dizer que eu jamais pensaria no óbvio. Dizer para eles exatamente o que iríamos fazer, para que eles tivessem que consultar  Jack, e que assim tomássemos a dianteira e chegássemos antes deles. Brilhante!
- Obrigada Nic, no entanto não mude o rumo da conversa tentando me ludibriar com seus elogios sinceros. - eu ri como sempre faço quando esse homenzarrão sagaz me pega no pulo do gato.
- Fui pego! - me rendi.
- Eu só quero o seu bem, se for se apaixonar pelo menos tenha  a dignidade de assumir para si mesmo, antes que seja tarde demais para consertar qualquer bobagem.
- Obrigado pelo conselho amigo, ou melhor: irmão, mas agora já esta em tempo de acordar estes preguiçosos antes que perdamos nossa vantagem.
 Após todos de pé a cavalgada foi intensa, paramos apenas para uma rápida refeição ao meio dia e continuamos até exaurir os cavalos que a noite foram recompensados com: água, alimento e um belo descanso. Quando liberei meu cavalo a noite minhas pernas doloridas tremiam, sentei e estirei as pernas. Paul me trouxe um pouco de água, sentou do meu lado refletindo meu movimento para que as suas próprias pernas também parassem de tremer e nós dois rimos, ele disse - Estamos parecendo uns maricas que não conseguem nem montar um cavalo, tremendo que nem vara verde.
- É exatamente o que parece sua mulherzinha. - respondi.
- Nic...
- Sim?
- Você sabe que Alice ficou sozinha, desprotegida né?
- Ele não vai fazer mau a ela, ele quer vingança. Jack esperou esse tempo todo por Elliot e Maryse ele não vai estragar tudo fazendo mau a Alice, não agora que está tão próximo de conseguir o que ele quer.
- Nós vamos chegar amanhã, você já sabe o que vai dizer a eles quando os encontrar?
- Nada, eu não tenho nada a dizer a eles. Os fatos vão dizer por si só. Vou entregar a carta para que leiam e tomem sua decisão, e logo após voltamos. Isso é tudo. Estamos apenas cumprindo nosso dever.
- Você é quem sabe.
- É claro que eu sei, agora toma sua água de volta e bebe pra parar de falar besteira o que não vai te impedir de pensar nelas, infelizmente.
- Nossa como tá sensível, mulherzinha.- e o merda saiu correndo e eu atrás dele para lhe dar uns cascudos, saímos embolando pela relva, quando eu o alcançei, e nos esmurramos um bocado. Foi divertido. Comemos a caça que Skinner, Jonathan, e Jared trouxeram; eu e Paul já havíamos armado acampamento, todos foram dormir, a primeira ronda foi a minha, e quando a minha ronda já estava acabando ouvi um barulho acordei Jonathan fomos juntos olhar a oeste de onde vinha um barulho de cavalgar de cavalo, era alguém bem vestido, num cavalo vistoso, um garanhão sem dúvida, nos olhamos por algns segundos tentando decidir o que fazer. Estávamos agachados, Jonathan deu de ombros querendo dizer "você decide o que quer fazer" então eu levantei e ele acompanhou o movimento, atirei  para cima e disse em alto e bom som - Se você não descer desse maldito cavalo, colocar as mãos aonde eu possa ver, e se identificar eu vou estourar os seus miolos entendeu? - e o que eu não esperava aconteceu, uma voz familiar disse - Nic? - a voz do desgraçado do Elliot, o que esse idiota fazia no meio da noite aqui, logo aqui? Ele desceu do garanhão, e seguiu minhas instruções porque eu não estava brincando sobre atirar pra matar e por fim se identificou - Eu sou Elliot Jackson e você Nicholas Morgenstern meu amigo eu presumo.
- Eu presumo. - o imitei com uma voz afeminada bem baixinho, a ponto de apenas John que estava ao meu lado ouvir, e não se conter com um riso abafado pela mão.
- Posso? - o idiota disse com os braços abertos como se esperasse que eu ainda fosse aquela criança remelenta que ele conheceu a muitos anos atrás, o contemplei apenas com uma mão estendida que ele comprimentou com muita alegria. Suspirei e tirei a carta de minha bolsa surrada, que carrego comigo o tempo todo até mesmo dormindo se puder, não disse nada e me afastei com John em meu encalso. Me aqueci na fogueira, Jonathan era o próximo na ronda, então fui me preparar para dormir antes de ter que voltar para casa amanhã, espera eu disse casa? Estou ficando um molenga mesmo, pensando em deixar essa vida de lobo alfa. E aparece o retardado do Elliot, nada de soneca então, suspiro.
- Dick mandou um mensageiro de barco que chegou no porto esta tarde. Logo após você sair da sala dele Jack apareceu lá e disse que ele o havia enviado a mim, e que eu teria que voltar para em fim ele poder defender sua honra  e por isso estou a sua procura.
- E decidiu cavalgar sozinho a minha procura? Ficou maluco? Isso não foi nada inteligente, além de quê, poderia ser uma emboscada e eu poderia ter estourado esse seu cabeção desmiolado.
- Eu sei, mas confio em você Nic. Sempre confiei. Você está em posse de meu bem mais precioso.
- Esta se referindo a menina que você abandonou em São Francisco? Esta falando de Alice? A sua filha que você deixou na mão de um homem de caráter dúvidavel e seu bando.
- Eu fiz isso para a proteção dela, e posso te contar tudo o que quiser, posso explicar tudo. Acorde seus homens e cavalgue comigo até o porto tem um navio já pronto para levar-nos de volta a São Francisco. Eu preparei uma comitiva inteira que já esta a bordo, apenas esperando vocês. Vamos. - Fiz o que ele mandou, acordei a todos e fizemos o que Elliot mandou, entretanto tenha certeza de que ele me deve umas informações e ele vai respondê-las ou eu não me chamo mais Nicholas Morgenstern. Temos muito o que esclarecer e eu não estou conformado com essa sua postura de ofendido "amigo".

Ass: Yasmin Oliveira!

quarta-feira, 13 de junho de 2012

O Diário de Alice Jackson part.7


My name is Revenge.

Alice Jackson

Enquanto orava; pedi a Deus desculpas pelo meu sentimento de vingança, por querer matar o meu marido. Que Deus me perdoe, mas eu não quero odiar ninguém mas...eu fui abandonada, isso tem que me absolver deste pecado que neste momento assola a minha alma, é muita humilhação para uma garota de São Francisco. O barulho lá fora ficava cada vez mais ensurdecedor, eu não estou aguentando a minha curiosidade, entretanto não quero dar o braço a torcer e me dar ao desfrute dos saciamentos mundanos, como a curiosidade, mas devo dizer que estou tentada a sair. Como não há nada que me prenda a igreja, já que à missa pelo visto não haverá mais; vou sair, e desfrutar do meu prazer mundano salvo que eu resisti o máximo que pude. Sou uma heroína!
Quando saí avistei a mulher mais linda que já vi em minha vida, nunca tinha visto uma mulher tão formosa e elegante, exceto pela minha mãe que era uma flor delicada, e essa mulher me lembrava a minha mãe pela sua beleza e altivez. Cabelos negros, bem penteados, estava preso num penteado delicado com uma presilha muito cara isso era óbvio, o vestido então era um luxo, mas sem muitos babados e brilhos e paetês, o rosto era delicado, me lembrava uma boneca de porcelana. Não pude ver mais detalhes referente a essa desconhecida, todavia vi o homem que a acompanhava, deveria ser seu marido pela forma como a segurava, a sintonia que eles compartilhavam, a intimidade como se olhavam, espero algum dia ter algo assim com Nicholas...Espero...espero não matá-lo ou serei a viúva mais nova da cidade, risos.
Pelo que puder ver havia uma comitiva de nobres com este casal, era uma gente muito arrumada e refinada, os vestidos de muitas delas não era particularmente de meu gosto, mas enfim, não pode-se dizer que não eram exuberantes, com aqueles babados, paêtes...e você pode ter uma noção do resto. Os homens então estavam alinhadíssimos, pena a moda masculina estar um pouco exagerada, bufante, e feminina. Não que a minha opinião valha de coisa alguma, por isso a expresso com certa reserva, pois como não canso de dizer é o meu gosto o que não significa necessariamente nada, e é uma pena ressaltar que vocês estão a principio sujeitos a concordarem comigo, já que os mesmos não possuem uma opinião parcial dos relatos da minha história, a minha verdade contada. A minha visão ficou poluída com aquela parada improvisada, me canso rápido de tanta cor e informação junta, me entedia, gosto de coisas simples, e isto tudo era papagaiada demasiada.
Vontade de ir para casa não me falta, muito menos perna, todavia não deixarei Emma preocupada com meu sumiço, não seria justo, logo terei que esperar todo esse furdunço acabar e me encotrar com todos da fazenda. Inclusive com aquele peraltinha que me tira a paciência, e que deve estar aprontando todas na parada. Enquanto eu pensava que o padre ia ter uma síncope, o mesmo esta paparicando a nobreza de não sei lá da onde. Vendido, aprisionado pela luxúria desse mundo. Nem o padre se salva.
Encontrei Emma na multidão - aquele furdunço conseguiu criar uma multidão na minha pequena cidade - avisei-a que estava me retirando e indo para casa sozinha, estava insatisfeita.
O caminho de volta foi de calmaria como previsto, já que a cidade toda estava ocupada prestigiando os hereges que atrapalharam o culto. Quando cheguei em casa que susto não foi ver os cavalos de Nicholas e seu bando atados a pilastra de uma casa adjacente a propriedade, não sei nem como reagir. Fiquei um longo tempo analisando as opções a seguir; conclui que o melhor seria agir naturalmente, como se ele nunca tivesse ido embora - por hora agirei assim - porque o que pertence a Nicholas Morgenstern esta guardado e Revenge é meu nome secreto, continuei andando até a cozinha porém ouvi vozes e hesitei, parecia que havia borboletas em minha barriga ansiando para sair, comecei a suar pelos poros das mãos, e meu coração ficou acelerado ao ouvir o destacado som de sua gargalhada. Aquele som me encantou mais que tudo, todavia fiz cara de poucos amigos, entrei na cozinha, fiz o almoço, servi primeiro ao meu marido- que me olhou um pouco bobo, um pouco surpreso pela minha reação. Não discordo de sua reação, de primeiro intento teria eu colocado para fora toda a minha ira e frustração, mas a paz estava comigo e é claro: a astúcia - , ele comeu - servi os outros que foram ainda menos discretos com seus olhares furtivos a meu marido- , eles comeram, e só então eu comi. Depois de arrumar a cozinha pedi licença - ao sair ouvi eles comentarem sobre o porque eu não matei o Nicholas naquele exato momento, e porque eu não estava nem ai para esses malditos, e a resposta é que eu sou superior e estou guardando o meu espetáculo para hoje a noite, me aguarde Mr. Morgenstern - e decidi ler o diário da minha mãe pela centésima vez - nunca havia mencionado não é? Ficou curioso para saber o porque? Então continue lendo o meu diário, a minha verdade não calada, contada, revelada, posta perante ti. Te aguardo aqui, neste mesmo diário, para continuar instigado a me entender.

Ass: Yasmin Oliveira!