quarta-feira, 30 de junho de 2010

O Diário de Zoey - part.9



I'm Zoey



Continuação de O Diário de Zoey



A hora da verdade já começou, começou desde o momento em que eu o vi. Nunca havia o visto tão bem e sóbrio, mas isso lhe proporcionou marcas roxas debaixo dos olhos como se fossem hematomas (eram olheiras), ele estava com uma camiseta preta em V e calça Jeans nunca o vi tão bem e tão mal ao mesmo tempo, a angústia estava presa em seus olhos era como se ele quisesse me abraçar e me dizer algo mas não podia e ao mesmo tempo não queria, eu não sabia se corria e abraçava ele ou se mandava ele ir embora, mas aquele olhar era perturbador eu não aguentei, e tomei uma decisão... Mesmo que ele me renegue e rejeite-me preciso abraçá-lo e é isso que eu vou fazer. Eu corri até ele e o agarrei, ele ficou surpreso e desarmado com a minha atitude totalmente espontânea afinal nem eu mesma esperava aquela repentina vontade. Mas logo a consciência recobrou-me os sentidos e o larguei e pedi desculpas pelo ímpeto com algo do tipo:

- Desculpe; não sei o que deu em mim!

- Tudo bem.

- Você não tem nada para me dizer? - Parecia que ele queria prolongar muito aquele momento - Se você não vai dizer nada pode ir embora. - Ele achou graça de alguma coisa que fugiu a minha pessoa, pois riu de forma descarada - Zomba de mim?

- Não, não. É que quando eu cheguei você me abraçou e agora me expulsa? Não compreendo.

- Você pode dizer logo o que deseja eu quero dormir, e estou impossivelmente cansada.

- Você tem razão são 5 da manhã e concerteza você está cansada. Olha...Eu só queria te dizer que...

- Que...

- Que... Eu gosto muito de você e que... Desculpas por toda essa maluquice.

- OK, agora vá embora eu ainda tenho pelo menos uma hora de sono.

- OK, Good Night* - Ele fez menção para que me deitasse e depois beijou a minha testa (eu corei, mas acho que ele nem percebeu) e foi embora me deixando finalmente em paz. O sono me espera e dessa vez sem pesadelos, por favor!

Eu queria muito não ter tido pesadelos, mas foi algo impossível dessa vez (como das últimas) tudo o que eu via era Andrômeda gritando, apavorada. Ela queria a minha ajuda, que estranho eu não entendia nada eu nem conseguia vê-la, mas sabia que era ela... O desespero tomou conta de mim. Eu acordei gritando ou pelo menos acho que gritei, pois não saiu nenhum som da minha boca seca, consegui acordada me lembrar de tudo com uma nitidez apavorante. Eu agora entendo porque eu não conseguia vê-la, porque simplesmente eu estava observando tudo com o ponto de vista dela, e por isso as emoções eram tão reais... Eu não pronunciei nenhuma palavra desde que acordei, parecia que estava muda, a minha garganta doía muito, ah! Eu acho que sei o porquê disso tudo... Eu estou rouca e sem voz por causa do banho de chuva, ou seja, estou megagripada. Quem está do meu lado? Você deve conhecer aquele filme Predadores, eu estava me sentindo justamente nesta porcaria porque predador verme gigante estava lá de novo aguardando que eu acordasse.

- Bom dia Zoey!

- Bo-bom dia – disse com dificuldades e muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuito rouca, ele logo ficou preocupado e veio ver se eu estava com febre, ele começou a fazer umas caretas e a listar os meus sintomas.

- Febre concerteza alta, olhos vermelhos, rouca... Você está sentindo a garganta inflamada?

- Sim, sim. – Ele sempre sorri quando me vê desconcertada e zonza com a sua aproximação. Quando ele tocou a minha testa febril foi tão... Tão... Indescritível. Ele é tão indescritível.

- Zo? Você não está nada bem não é?

- Tomei chuva, fiquei um tempão com a roupa molhada, além de dormir com o cabelo ensopado e ter tido a pior noite de sono da minha vida.

- Espero que eu não tenha tido alguma influência no seu sono e na sua gripe.

- Claro que tem, não venha dar uma de desentendido, a culpa é toda sua. Se não fosse aquela merda de sonho... – Eu explodi, porque era isso que eu era... Uma bomba relógio pronta para explodir. Me controlei, respirei fundo. O que aquela merda de sonho tinha haver com ele? Eu não estou insinuando que... Oh não! Sem chance, então ele é o quê? Um feiticeiro? Aff’z isso está ficando macabro e eu estou pisando em terreno perigoso, ele não pode achar que eu sei que tudo isso é real ou se não as coisas podem ficar como para Andrômeda, será que era isso? Ela sabia demais. Mas era só um sonho e na noite passada também foi só um sonho e que sonho, de certa forma era megarreal. Ela precisa de mim, mas aquilo já deve ter acontecido porque se eu estou usando como base o sonho anterior... Foi algo do presente, não esse sonho é diferente. Eu tenho que achar aquele predador (andróide infernal). Ele percebeu que eu estava confusa e decidiu mudar de tática.

- Conte-me sobre esse sonho que você teve...

- Esquece; é muito piegas... Vai ficar parecendo que eu sou um daqueles tipos que é apaixonada pelo professor.

- E você não é? – A pergunta dele me pegou de surpresa, foi como receber um soco no estômago. Ele mudou de estratégia de novo. Será que depois de tirar de mim a minha virgindade e pureza vai me jogar fora como se fosse um feto e fizesse parte de uma gravidez indesejada, como fez com Andrômeda? Sei lá.

- Oh não, claro que não!

- Olha Zo; não é nenhum pecado admitir seus sentimentos. – Aquela conversa estava tomando um rumo que eu não queria e ele falava tudo confortavelmente da sua cadeira que se encontrava a cabeceira da minha cama, e falava como se fosse o meu analista (não que eu tenha um, mais uma vez a minha mãe obrigou todo mundo de casa a ir ao analista porque segundo ela é algo que é essencial para uma vida saudável, ou seja sempre conversar com um profissional, eu não vi nada de diferente em mim ou qualquer outra pessoa daquela casa, principalmente no meu irmão mas voltemos a realidade).

- A real é que eu o odeio tanto que se não fosse meu professor eu já o teria matado e pra confirmar isso eu coloquei um apelido em você de...

- De Verme?

- É. Como sabia?

- Eu sei de tudo.

- OK, senhor onisciente.

- Você não me leva a sério não é? Mas tudo bem, vou mostrar que falo sério. – nesse momento tudo pareceu se transformar em pó. Ele me beijou e era tão doce a sua boca e o seu hálito tão frio e irresistivelmente incrível. Se tivesse piscado não ía perceber que ele se aproximava, foi tudo tão rápido. Foi um beijo que me deixou completamente sem ar, ele tentava incansavelmente quebrar barreiras que eu cuidadosamente coloquei para me proteger de situações como essa, quando percebi ele já estava em cima de mim e tentando tirar a minha roupa. Eu não sei da onde tirei forças (até porque eu não queria) para dar um pulo da cama. Eu explodi de novo e gritei com ele.

- SEU VERME DESPREZÍVEL E ABOMINÁVEL VÁ EMBORA DESSE QUARTO E DA MINHA VIDA. EU QUERO VOCÊ BEM LONGE DE MIM, E NUNCA MAIS ME TOQUE OU ME BEIJE, ENTENDEU? – Eu respirava de forma ofegante e fazia gestos desesperados e... Comecei a chorar e desabei no chão perdendo assim a consciência, acho que desmaiei. Quando acordei estava na enfermaria e apavorada gritei para chamar a enfermeira Ela apareceu sobressaltada e me observava tentando me examinar e seja lá o que viu quando sintonizou com os meus olhos a fez estremecer, ela me abraçou e começou a chorar (eu senti um cheiro estranho como o de sangue) comecei a ter vertigem aquele cheiro me deixa enjoada. Ela me segurou e recolocou na maca. Eu a chamei e disse com a voz rouca e fraca:

- Existe a possibilidade de que eu tenha sido estuprada? – Ela ficou perplexa com a minha pergunta.

- O professor Verner tocou em você?

- Eu não sei... Eu não me lembro eu juro. Alguém antes dele chegar pode ter tocado em mim eu não sei... Estou me sentindo suja... Argh! Me ajude! Faça o teste pra saber eu te suplico. – Ela fez o que eu pedi sem muitos questionamentos, concerteza percebeu a minha angústia, eu estava concerteza desesperada. Perguntei a ela da onde vinha aquele sangue, ela ficou surpresa com a minha pergunta. Meggie era o nome dela mas todos a chamavam de Meg, Ela começou a jogar água sanitária no chão e esfregar com murmúrios do tipo “Eu não sou paga para esfregar o chão” ou “Eu estudei tanto para trabalhar como uma doméstica?” eu ri baixo mas ela captou o meu humor e disse:

- Do que você está rindo? Nada disso é engraçado, uma garota da sua idade foi encontrada no bosque toda ensangüentada. – Na hora o assombro tomou conta de mim e um grito agudo escapou da minha boca

- Andrômeda? A culpa é toda minha eu devia... Devia ter ficado consciente e ter ido atrás dela, ela não merecia... Eu sei que ela era uma chata, mas... Ela não merecia! – As lágrimas jorravam da minha face como uma cachoeira eu senti o meu rosto incendiar de ódio, eu comecei a levantar da maca e andar, mas a Meg me parou a tempo

- Você sabe quem foi? – Eu revirei os olhos – Não tem certeza é isso? – Eu fiz que sim com a cabeça – Não adianta você sair daqui e tentar matar/estrangular o professor Verner.

- Como? ...

- Como eu sei?

- É.

- Todos sabem das coisas que o Verner faz, mas ninguém faz nada. São todos cúmplices, eu não quero que isso continue...

- E porque ninguém faz nada?Que droga.

- Eu sei. Só que não adianta você chamar a polícia, tem que ter provas, entendeu? Tem que provar que ele está fazendo muita coisa errada.

- Como?

- Ele tem alguns amigos policiais, promotores, juízes, advogados, embargadores e por aí vai, ele é um homem influente, inteligente e muito esperto. Tem um detalhe...

- E qual é?

- Ele está muito descuidado.

- Hã?

- Exatamente, ele gosta de você. De um jeito doentio mais gosta. Andrômeda me fez algumas confissões antes de ir ao hospital.

- Ela está viva?

- Claro que sim. Eu a encontrei a tempo!

- Graças a Deus!

- A Deus não a você.

- Como assim?

- Você delirava enquanto dormia e descreveu onde estava Andrômeda e disse salvem-na.

- Eu disse isso? Impossível.

- Foi sim. Eu fiquei preocupada e bisbilhotei para saber dela e parece que não estava nem na sala de aula e nem no dormitório matando aula...

- Mas ela podia ter fugido do campus, ou sei lá...

- Eu só fui mesmo porque você acordou e segurou a minha mão com força, me olhou nos olhos (e devo dizer que você estava devastadoramente angustiada) e falou no meu ouvido “Salve-a ou leve para o túmulo esse peso por não tê-la salvado”, devo dizer que fiquei apavorada...

- E o que eu disse depois?

- Nada de significante.

- Como assim nada de significante?

- Desmaiou de novo e depois voltou a delirar. Você está sob muita pressão não é? – Acenei com a cabeça que sim, ela continuou – Você sabe o porque uma pessoa tem como suor sangue?

- Sim, é quando ela está sob grande pressão. Um exemplo clássico foi Jesus.

- Exatamente, foi isso que aconteceu com você.

- Hã?

- O que aconteceu com Jesus.

- Eu não queria que ela morresse, eu a odeio sei disso, mas gostaria que alguém velasse por mim, que fizesse o mesmo. – disse cabisbaixa - Mas ela não o faria se estivesse no meu lugar e eu no dela, concerteza.

- E isso tem importância? – dei de ombros, pois eu não tinha noção da resposta. Voltei para a maca, estava cansada e precisava dormir. Sabe aquela música de Nxzero – Só rezo? Que ele canta que só reza pra ficar bem? Pois é, eu só rezo para dormir sem pesadelos e sonhos, e é claro: eu só rezo pra ficar bem!



Autoria: Yasmin Oliveira

RBD - Ensename

Quem nãão se lembra de Rebeldes, tah aew p/ recordar (!)



Beeijinhosss a garota do Blog*

sexta-feira, 18 de junho de 2010

O Diário de Zoey - part.8


I'm Zoey



Continuação de O Diário de Zoey




Depois de ensopar a camisa de eu não tenho a mínima idéia de quem seja, eu comecei a me acalmar e pensar no que havia acontecido... Eu me lembro muito bem deles dois em cima da cama dele ou seja eu acertei, devia confiar em mim mesma e seguir meus instintos, até agora eu acertei tudo, mas eu preferia não ter visto eles dois juntos, eu não sei porque aquilo doeu demais, mais do que deveria, eu simplesmente não posso gostar dele, calma Zoey só lembre como respirar. Vou tentar me concentrar no que está acontecendo agora, por exemplo: esse completo estranho está me consolando como se me conhecesse e tivesse guardado para si um grande afeto por mim, mas sinceramente não dou a mínima para quem seja, só não quero sair de seus braços, ele fez menção de me afastar um pouco para poder ver o meu rosto, mas eu não autorizei com algum murmúrio baixo que o deteve, então ele me guiou para que sentássemos num banco próximo, mas eu só conseguia pensar nele. Como se já não houvesse acontecido desgraça demais para uma vida inteira nessa hora começou a chover. Acredite era tudo o que eu mais queria, levantei subitamente e comecei a pular e cantarolar The Scientist de Coldplay...
Come up to meet you, tell you I'm sorry. - Vim pra lhe encontrar,
Dizer que sinto muito,
You don't know how lovely you are - Você não sabe o quão amável você é
I had to find you, tell you I need you- Tenho que lhe achar,
Dizer que preciso de você,
And tell you I set you apart - Dizer que a abandonei
Tell me your secrets, and ask me your questions - Conte-me seus segredos
Faça-me suas perguntas
Oh let's go back to the start - Oh, vamos voltar pro começo
Running in circles, coming up tails - Correndo em círculos,
Perseguindo a cauda,
Heads on a science apart - Cabeças num separado silêncio
Nobody said it was easy - Ninguém disse que seria fácil,
It's such a shame for us to part -
É uma pena (nós) nos separarmos
Nobody said it was easy -
Ninguém disse que seria fácil,
No one ever said it would be this hard -
Ninguém jamais disse que seria tão difícil assim
Oh take me back to the start -
Oh, me leve de volta ao começo...

Eu estava me libertando daquele sentimento louco, a chuva limpava da minha mente os acontecimentos ruins daquela madrugada, era tudo o que eu precisava. Como na música eu queria que tudo voltasse a ser como era, eu quero a minha vida de volta, desde segunda-feira tudo mudou drasticamente e eu não sei o que fazer, a madrugada de hoje só provou que tem algo de muito errado, principalmente no fato de: uma aluna ter relações sexuais com o professor, eu nem sei o que eu vou fazer estou mais perdida que cego em tiroteio e só existem duas opções:

  1. Ou eu finjo que nada está acontecendo
  2. Ou eu entro nessa com tudo para descobrir o que de errado sucedeu nessa porcaria de campus
Ou será que sempre houve e era tudo por debaixo do pano? Nessa hora escutei alguém chamando a minha atenção com um pigarro, ah! é mesmo, nem me lembrava que tinha companhia, e agora é a hora da verdade quem estava me consolando era? Quando vi quem havia estado comigo a curiosidade estampada no meu rosto deu espaço para a decepção, era o Phil. Porque esse desmiolado para começo de conversa estava ainda aqui? O meu corpo ficou tenso por causa da pressão que a minha mente exercia sobre mim, estava tomada pela cólera maligna, queria arrancar o seu coração e despedaçá-lo assim como fez comigo nesta tarde, ops! Correção ontem... É que já é de madrugada para ser mais precisa é quarta-feira. Ele levantou os braços como se estivesse dizendo eu me rendo, ele concerteza percebeu que eu não o havia perdoado.

- Me desculpe!

- Agora é me desculpe, muito obrigada por ter ficado comigo quando eu mais precisei. Aliás você não me deve nada, eu nem te conheço direito.

- Mas conhece mais do que a maioria, conhece mais até do que a minha mãe.

- Olha não envolva a sua mãe nisso porque ela não tem como se defender.

- Eu só quero que me desculpe, só isso.

- E porque eu deveria dar ouvidos a você, hein?

- Eu não posso falar, vai ter que confiar em mim.

- Ah tá! Eu vou ter que confiar em você, tarefa fácil não acha.

- Pára de gritar, se não podem nos ver juntos.

- Legal. Ninguém mais quer ser visto ao meu lado, eu devia andar com uma placa dizendo Tenho Amigos Invisíveis. - Ele riu, mas sem humor nenhum porque o sorriso não chegou até os seus olhos, ele estava azedo como se tivesse chupado limão.

- Eu estou indo para o seu quarto para conversarmos melhor lá. Tchaul. - Ele falava comigo sempre sussurrando para que não o ouvissem, será que alguém nos escutava? Tive a impressão que sim, de que alguém me observava de longe, claro que tonta! O senhor Verner devia estar nos vendo, acho que o Phillipe tinha medo dele, será que ele o havia ameaçado ontem? Sei lá mas eu não quero pagar para ver, eu tenho medo dele furioso, e é como ele deve estar. Eu saí correndo, não queria ficar lá sozinha, porque se ele aparecesse, aiaiai, o que ele faria comigo? Será que tentaria me convencer de que tudo aquilo que vi não era nada do que pensava ser? Ou será que tentaria me seduzir sordidamente para que fosse mais uma de suas amantes? Era isso que Andrômeda era?

Quando cheguei ao meu quarto estava completamente sem ar e um pouco suada, mas o Phil não estava lá. Será que aquele verme fez algo com ele? Eu o mato se ele fizer algum mal ao Phil eu juro, é uma promessa. Tirei a roupa molhada que já fazia uma poça, tomei outro banho (bem quentinho), e não aguentei mais o cansaço e desmaiei de sono.Tive um pesadelo terrível aonde o meu amigo me pedia para ajudá-lo mas eu estava com tanto medo que me borrei literalmente e pior depois entrei numa espécie de transe, caramba ele morreu na minha frente, não me lembro bem como ou o se alguém o havia matado, só me lembro que ele havia morrido porque eu não fui capaz de salvá-lo, acordei gritando o nome dele. Quando olhei o relógio ele ainda marcava 5 da manhã, eu só havia dormido duas horas de relógio, advinha quem estava sentado ao lado da minha cama? Era o senhor Verner, eu dei um pulo da cama, ele sorriu divinamente, e aquele sorriso me assombrou, ele se levantou e disse

- Calma, está tudo bem! O seu amigo está te esperando do lado de fora. Só entrei para saber se está bem. - a cada palavra pronunciada o meu rosto ía perdendo a cor, estava pálida de MEDO. Ele já estava fechando a porta para o meu alívio mas resolveu voltar o meu corpo voltou ao mesmo estado de tensão , ele pareceu perceber mas continuou fingindo que nada havia acontecido

- Você não quer falar com ele?

- Claro, claro - respondi rapidamente, ele sorriu de novo, mais dessa vez foi mais espontâneo, o sorriso quase alcançou os seus olhos

- Sobre o que você viu... - com um gesto eu o parei e disse

- O senhor não me deve explicações! - ele suspirou com resignação e pensou um pouco sobre o que eu disse, era como se ele quisesse dizer algo mas pareceu deixar essa conversa para mais tarde e saiu para o meu alívio. Então agora é a hora da verdade e eu tenho certeza que ele sofreu algum tipo de lavagem cerebral pelo verme, mas tudo bem eu estou psicologicamente preparada, que venham os trovões!



Autoria: Yasmin Oliveira


quinta-feira, 17 de junho de 2010

O Diário de Zoey - part.7


I'm Zoey


Continuação de O Diário de Zoey




Voltei para o meu quarto e fui ver se conseguia fazer alguma atividade escolar, comecei com matemática que sempre me distrai, ter que descobrir quem é X me faz parecer um detetive eu vou narrar pra você: o sistema de segurança falhou e temos dois elementos no prédio muito conhecidos por X e Y, eles são elementos perigosíssimos então muita atenção, para poder executar a prisão com mais facilidade vamos primeiro encurralar/isolar X na primeira equação, elemento X preso com sucesso, agora ele vai ter que delatar Y ou se não a coisa vai engrossar pro lado dele, Y se entregou sem dificuldades.
Então? Não parece mais fácil? Esse é o meu modo de resolver um sistema sem dificuldades. Agora eu tenho uma pilha de exercícios tediosos de português, que eu aprendo de outra forma, narrando jogo de futebol. Vou mostrar: O grande craque da seleção da Língua Portuguesa ( a crase) entrou no campo de futebol para arrasar com a outra seleção a Escrita, que por sua vez estão pouco a vontade. O jogo começa com o A preposição + o A artigo que tem a mesma função do craque, eles estão fazendo tabelinha e acabando com o adversário, A artigo dá um passe lindo para a crase, só que ela está cercada por locução adverbial e locução prepositiva mas ela dá um chapéu em toda a galera e continua correndo, ela passa a bola para A preposição que continua fazendo tabelinha com A artigo, a Escrita está com medo desse trio que vai se aproximando da zaga, A artigo passa a bola para a crase que está cara-a-cara com o zagueiro, e ele é uma barreira e tanto porque ele é o numeral só que ele não explica horas e o bandeirinha marcou o impedimento porque quando ele recebeu a bola estava depois do zagueiro, a vitória está um pouco apertada e não pense que o jogo termina por aí não... Eu é que vou parar um pouco porque estou cansada e vou dormir. Boa noite!
Zzz... Eu sei que só posso estar sonhando, porque? Porque eu estou lavando o rosto na beira de um rio, o vento acariciando o meu rosto suavemente, a minha roupa é tão bonita, é um vestido com um tom de verde familiar que caiu como uma luva no meu corpo e que ainda deixava uma brisa envolver as minhas pernas e os ombros, estava descalça mas não havia importância porque com aquela relva macia sob os meus pés, quem iria desejar estar calçada? Eu só não entendia o porque eu me encontrava naquele lugar, porque aquele sonho não parecia ser meu, parecia ter sido idealizado para mim. Que estranho! Se tivesse piscado naquele instante teria perdido a entrada teatral e pernóstica do senhor Verner. Ele aproximou-se de mim, ficando mais próximo do que eu realmente queria, ele estava usando nada mais nada a menos que uma bermuda preta, muito bem desenhada, com o peito nu que parecia ter sido esculpido pelo próprio Zeus se é que ele não era Apolo e irradiava testosterona agora mais do que nunca. Eu não consegui disfarçar o quanto estava impressionada com ele e o quanto ele me fazia vibrar com a sua figura máscula, ele concerteza percebeu, não tirava aquele sorriso de canto de boca simplesmente devastador e que faria o homem mais lindo da face da terra ter inveja dele se é que ele já não o era. De repente ele ficou sério, aquilo acabou comigo, foi como se tivesse recebido um soco no estômago, e caramba doeu. Parecia que o seu riso faceiro iluminava a noite como o sol ilumina a escuridão e a transforma em dia, só que no caso dele era uma iluminação pálida como a lua, mas não significava pior e sim mais segura e mais romântica, sedutora, eu estava ludibriada e bêbada da sua presença. Ele parecia confuso e começou a falar o nome de Andrômeda, eu fiquei agitada e ele segurou o meu braço querendo que eu ficasse só que ele não parava de conversar com ela, eu quis sair correndo mas ele não deixava, era muito forte... Eu fiquei angustiada e gritei:
- ME LARGA! - na hora eu acordei e foi um alívio. Estava transpirando e as lágrimas jorravam pelo meu rosto, a angústia havia se apossado da minha alma, estava assustada demais para dormir e quase que por instinto levantei da cama, tomei um banho; vesti uma calça jeans, uma regata branca e um tênis, quase me esqueci do casaco ( lá fora está congelando) e só para você saber são duas da manhã. Eu comecei a vagar pelo campus, sinceramente me arrependi de tê-lo feito porque estava de madrugada e estava congelando, por isso não pestanejei e vesti o casaco. Caminhei bastante até que parei em frente ao dormitório dos professores era como se meu inconsciente quisesse me provar algo, era como se ele quisesse ter certeza de que tudo foi um sonho, eu queria saber se ela estava lá, eu precisava e não ia dormir enquanto não soubesse, calma Zoey isso tudo é loucura relaxa volta pro seu quarto e vá ler um livro ou qualquer outra coisa só não entre aí, é contra os regulamentos, e na moral você está ficando louca, como você confunde um sonho com a realidade? Ufa! Solto um suspiro de resignação e começo o trajeto de volta ao meu quarto, mas toda desastrada eu bato o meu braço numa árvore e sufoco um grito agudo de dor. Tinha que ser logo o braço que o professor apertou? Que droga... Pera ai, tudo o que eu queria era uma prova de que aquele sonho era a mais pura realidade e ai está, meu braço estava vermelho e parecia até uma tatuagem das mãos terrivelmente impecáveis de simetria dele. Volto para a entrada do dormitório e começo a andar em direção a porta e que surpresa ela está aberta, pera ai ela está aberta? Acho melhor voltar( lembra daquele papo de medrosa? Pois é não nego, estou quase me mijando de medo) e se ele for um vampiro e só está me esperando para a sobremesa, sobremesa sim! Porque o prato principal já era. Tudo bem eu tenho muita imaginação mais é que recentemente assisti a um filme de vampiros que só de lembrar gela a espinha ( você deve estar se perguntando, como uma pessoa tão medrosa assisti um filme do qual fica se tremendo toda só de lembrar? Porque nessa época eu namorava um idiota que amava filme de terror e por isso eu fui obrigada a ver aquela porcaria com ele, só de pensar daqueles caninos perfurando o meu pescoço, e me fazendo delirar de pura dor, sugando a minha força vital... Argh! Não é real, não é real) voltando para a fatídica realidade e tentando sem sucesso deixar de lado aqueles pensamentos satânicos de minha morte de maneira infernal, eu estou tomando coragem e entrando na toca do lobo. Só tem um probleminha, qual é o quarto dele? De repente eu escuto um som que veio da última porta do corredor ( eu só percebi porque a porta estava entreaberta) quando me aproximei e observei o que estava acontecendo ali o meu rosto perdeu a cor, eu teria desmaiado ou até tido um ataque de epilepsia, pena que eu estava em estado de choque para essas duas opções, porque só assim para não ver o que eu vi, mas ainda bem que eu fiquei quietinha, porque se não me descobririam. OK eu vou dizer o que aconteceu. O professor Verner estava acariciando o corpo nu de Andrômeda com sensualidade e massageando para aumentar o prazer, ela gemia de contentamento, ele parecia satisfeito consigo mesmo e sempre muito arrogante com aquele risinho convencido nos lábios, outra coisa que notei foi que ele queria que aquilo terminasse logo, ele queria satisfazê-la o mais rápido possível, ele queria que ela fosse embora e eu que ele não a tivesse possuído. As lágrimas ameaçavam ceder, era uma dor aguda que vinha do meu peito, o meu coração parecia estar no ritmo errado a depressão tomou conta de mim, eu queria desabar no chão, sumir, que simplesmente abrissem um buraco na terra e me jogassem dentro porque eu sozinha não tinha forças para fazer nem metade. De repente ele mudou de expressão, foi do escárnio para a surpresa. Por um segundo os nossos olhos se encontraram e agora eu sabia de onde conhecia aquele tom de verde (o vestido do sonho) era o mesmo tom daqueles olhos que eu amava, ele ficou paralisado, olhando nos meus olhos. Ele não conseguiu manter o olhar por muito tempo, baixou a cabeça como se tivesse envergonhado do que fazia, mas é claro que Andrômeda tinha que atrapalhar aquele momento, com os murmúrios de irritação dela. E ficou enfurecido com ela, e ele por sua vez demonstrou repúdio por ela. Eu saí correndo dali o mais rápido que pude e me esbarrei com um homem. Não tive coragem de levantar a cabeça e ver quem era só o abracei e chorei horrores.


Autoria: Yasmin Oliveira

O Diário de Zoey - part.6

I'm Zoey


Continuação de O Diário de Zoey


Fui encontrar a minha nova BFF (Best Friend Forever) na lanchonete do campus, e fiquei mofando a espera de alguém que não vinha. Andrômeda deu uma passadinha lá só para me pisar e humilhar, só faltou cuspir e escarrar em cima de mim.

- Está esperando alguém? Porque se está desista, ela está ocupada demais no maior chupa-chupa com o gato do Conrado, p/ se preocupar com você queridinha. - Tudo bem, queridinha não ofende ninguém, mas o jeito como ela pronuncia... Parece até esmola, como se de alguma forma ela fosse superior a mim e o máximo de mérito que permitia era a sua antipatia com aquela palavra no diminutivo.

- Obrigada. – disse resignada e saí dali porque a voz dela parecia um agouro que me deixava surda de ódio, e afogada numa cólera maligna que sufocava a minha alma, simplesmente não a suportava e daria gargalhadas em cima de seu caixão sem falar do champanhe que beberia, ou melhor, tomaria banho, mas eu precisaria de companhia para isso e quem eu escolheria para ser meu amante naquele sórdido momento? Você sabe muito bem quem veio a minha mente. Isso mesmo ele. Um desejo incontrolável cresceu dentro de mim de forma inesperada, era incontrolável, como se os meus pés governassem o meu corpo ao invés do meu cérebro, a razão dizia não vá, mas no meu íntimo eu queria, eu precisava... E se ele estivesse lá de novo? Parece que eu só vou ao cinema para assistir filme de terror chega de A Hora do Pesadelo, eu simplesmente não agüento mais. Mesmo assim o meu corpo me traía incansavelmente, eu não quero mais conviver com essa tensão, eu não vou mais tentar fingir que não me importo com a sua presença, nem ignorá-lo e se encontrá-lo lá... E daí? Eu não vou deixar de freqüentar os lugares por causa daquele vermezinho insignificante, p/ mim chega desse joguinho eu não sou uma peça do tabuleiro dele, sinto que de alguma forma ele me manipula não completamente como acontece com as minhas colegas de sala ou como todas as garotas do campus, entretanto ele tem algum poder de persuasão sobre mim, não sei como me impor perto dele, aqui é fácil organizar meus pensamentos, só que na presença dele as coisas mudam de figura e tudo fica embaçado. Sinto-me ludibriada por aquele ser fascinante, quando me lembro dele me tocando e acariciando, chego a me arrepiar. Penso nele com aquele rosto endeusado, com a angústia na face, uma angústia que parecia ter se enraizado e que não era natural daquele deus que iluminava a minha vida de forma tão clara e obscura, ao mesmo tempo em que sinto vontade de acariciar o seu rosto e aninhá-lo em meus braços, sinto vontade de renegá-lo para longe de mim, com nojo de sua arrogância e prepotência... Meu rosto passou de pálido e lívido para o vermelho e logo após o roxo, meus pensamentos foram cortados por uma cena indescritível, ou melhor, emocionalmente indescritível, nem acredito no que vejo... A vaca da Alice estava na maior pecação* com o Conrado; então eu devo parabenizar Andrômeda pelo serviço prestado. Não teve nem a coragem de esconder aquela pouca vergonha de mim e de todos os outros do campus, eu mato essa... Pensamentos incoerentes atrapalharam o meu raciocínio, com aquele sentimento maligno que se apossou de mim fui até ela e dei-lhe um puxão pela camisa que ouvi um barulhinho, ops! Acho que rasguei a camisa dela, mas não importa porque eu nem tinha me dado conta, o escárnio e ódio eram tão nítidos em minha face que o Conrado se encolheu na minha presença, e vale ressaltar que ele é um dos melhores atletas do campus, ele é simplesmente um monstro. Ela me olhou como se pudesse me estrangular, mas depois reconsiderou a hipótese e apenas me ignorou, por fim dando continuidade à seção Desentupidor de privada (esse filme é novo), deu até nojo de vê-la grudada a ele pareciam que tinham se fundido, ela o agarrou como a vaca nojenta que ela é, argh! Ela simplesmente me ignorou? Não entendo, essa garota é louca? Alice não deve ter consciência de que a blusa dela esta rasgada e ela esta cercada de alunos fofoqueiros que amam uma confusão. Eu a cutuquei dessa vez com impaciência ao invés de ódio, e quem me olhou com fúria foi o convencido do Conrado.

- Você não se esqueceu de nada não Alice? Tipo... Um compromisso que você tinha numa certa lanchonete? – Ela me olhou calculando se podia ou não confiar em mim e olhando para os lados para ter certeza de que a platéia havia perdido o interesse e houvesse se dispersado, pelo que percebi; ela não queria chamar a atenção e me chamou para um canto com um gesto, fazendo um sinal para Conrado de: a gente se fala mais tarde.

- Olha aqui, eu só vou dizer uma vez, então preste atenção: não podemos ser amigas, não me leve a mal, você realmente é legal mas...

- Mas o quê?

- VOCÊ É MEIO BURRINHA NÃO É? Então eu vou tentar te explicar: eu não quero ser sua amiga, nunca quis, só queria era irritar aquela vaca da Andrômeda e não podia ter feito melhor, agora Conrado é só meu. Troca justa não? Eu já vou, não quero que ninguém me veja com você porque se ela souber... Não quero nem ver a zebra que vai dar e ah! Nunca mais fale comigo, muito menos me interrompa quando eu estiver com o Conrado, nunca mais, fui bem clara? – acho que murmurei algo do tipo “OK” ou sei lá o quê, não importa. Depois que ela saiu praticamente não movi um músculo, fala sério, eu ainda estava digerindo aquelas palavras; porque Andrômeda tem interesse em me isolar, e deixar sem amigos? tudo bem já sei o que você vai dizer: você só vive brigando com essa menina, ela roubou o seu namorado só de perversidade, ela tenta te humilhar na frente de todo mundo, ela te odeia porque você tira notas boas e por último porque você é a garota que o professor de biologia mais implica. Sinceramente eu não entendo porque essas loucas dessas garotas iriam querer que o professor implicasse com elas, só por causa da atenção? Talvez; mais sei lá viu... Porque ela desistiria de uma maldadezinha pessoal por outra? Será que o ódio que sente por mim vai além do habitual? Ou ela anda fazendo uns favores para agradar o querido verme? Será que... Não eu devo estar louca, além do mais você não vai quere escutar isso, eu estou falando sério... Você não vai querer saber o que eu estou pensando, não adianta discutir eu não vou dizer argh! Tudo bem eu digo, agora preste atenção, e se estiver lendo alto diminua o tom porque eu pensei que... Perdi o fôlego, só um segundo para me recompor, eu pensei que... que... que ele pode estar recompensando-a com aquilo que ela mais quer, pronto o alívio tomou conta de mim, colocar para fora me fez muito bem só que logo após a falta de ar me tomou conta, só de pensar nela e ele juntos, acho que até me esqueci de como se respirar, ela e todas as garotas do campus sonham com uma coisa: ele. Só de pensar chego a estremecer. Eu sei, eu sei tudo isso são suposições, sem chance de ser verdade, é uma teoria infundada e sem provas... Ou não. Vamos pensar um pouco, desde segunda-feira Andrômeda tem me atormentado, me deixando sem namorado, arruinou a minha vida social, ninguém mais fala comigo, e quando acho que fiz uma amiga a perco, fora o fato daquele imbecil do Verner ter de alguma forma persuadido o meu amigo, para mim ele vai ser sempre meu amigo! Enfim eu estou sozinha de novo.



Autoria: Yasmin Oliveira