quarta-feira, 2 de junho de 2010

O Diário de Zoey - part.3

I'm Zoey



Continuação de O Diário de Zoey



Você deve estar pensando horrores de mim, e eu mereço sei disso. Fui apática com o senhor Varner, devia ter deixado ele me amparar mas tive medo, medo de depois ele rir da minha cara, e me fazer sentir pior do que já estava, medo de confiar nele e me decepcionar. A minha vida virou de cabeça para baixo, e nada do que fizer vai modificar o que aconteceu. Vou pedir desculpas aquele convencido arrogante, porque não agi de maneira correta, eu admito. Como uma segunda-feira que tinha tudo para ser tediosa e odiável tornou-se o massacre da vida de Zoey?Sim, porque Zoey sou eu. Mesmo que ele me trate com indiferença eu devo desculpas a ele. Terça-feira o dia de pedir desculpas e vamos nós (ou no caso e aí vou eu), além de ter que pedir desculpas àquele verme vou ter que encarar todo mundo por causa daquele escândalo do dia anterior, e é como dizem (e eu adaptei para a minha vida) toda a miséria para uma singela adolescente é pouco, muito pouco. Adentrei no colégio como se estivesse entrando numa casa mal assombrada, e tenho que dizer estava me borrando porque as garotas me olhavam torto e os garotos riam da minha cara na maior sem nem se preocupar se era na minha frente (em outra ocasião eu preferiria que fosse na minha frente, mas eu nunca me senti tão humilhada, ninguém queria sentar ou falar comigo, nem os garotos p/ pedir a lição de casa, que eu anunciei a Deus e o mundo que estava pronta, e ainda perguntei quem queria, ofereci...E só um garoto quis e depois agradeceu, é um esquisitão desses que fuma e é muito vacilam, acho que nem devia estar sabendo do que aconteceu, porque ele nem se importou de que estava todo mundo olhando p/ ele com a maior cara de você esta sentado com a garota que tem AIDS ou algo assim, ele olhou p/ mim como se entendesse a minha dor e soubesse o que aconteceu ontem, sei la acho que foi o jeito dele de me dar apoio, não importa se ele não é a melhor companhia, pelo menos não estava sozinha, ele sentou do meu lado e fingiu prestar atenção na aula, mas eu vi ele com o fone de ouvido escondido pelo capote, rsrsrs), começaram as aulas de português que eu não sou muito fã mas prestei atenção, porque não havia o que fazer, quando acabou a aula fiquei aliviada, peguei as minhas coisas p/ sair da sala, ele me acompanhou, tínhamos os mesmos horários para a minha sorte, ele era divertido e me fez rir mesmo quando estava a ponto de chorar, um completo estranho drogado estava me consolando a que ponto de degradação a minha vida emocional chegou, mas acho que estar com ele é a única opção, pois um excluído só a anda com outro excluído ou existe outra opção? Acho que foi por isso que ele me escolheu para ser sua parceira no laboratório, o professor Varner não gostou nada...Será que o verme esta pensando que ele esta querendo se aproveitar de mim porque eu sou excelente (modéstia parte) em biologia?Pois se ele esta se aproveitando de mim, eu estou dele, ele tem dificuldades nas matérias e eu emocional, não que ele seja o melhor exemplo de equilíbrio...Mas enfim, não importa. Eu ainda não disse o nome do meu amigo não é? Você já deve estar se perguntando ele é um sem nome?Não...Sei que ele tem nome mas não consigo me lembrar qual é, porque eu nunca havia prestado a atenção nele, e tô meio sem coragem de perguntar e ele se zangar, rsrsrs. Ele acabou de me mostrar uma equação muito machista:
Eu dei um tapa naquela criatura, e disse
-você é um idiota
- eu sei...Mas admita que é verdade
- talvez, vocês homens são uns convencidos, como se aturar vocês já não fosse o suficiente
- rsrsrs - Nesse momento estávamos indo para o intervalo e um amigo dele, que diga-se de passagem é muuuuuuuuuuuuuuuuuuito mais estranho do que ele, tudo bem pode ser preconceito meu, mas é porque você não o viu, e que Deus me perdoe mas parecia o enviado do satã. Fico toda arrepiada só de pensar. Ele tem umas companhias p/ lá de tenebrosas. O amigo dele se aproximou e me olhou dos pés a cabeça como se eu fosse um alien, e começou a conversar com o meu amigo ( que eu não sei o nome) como se eu não existisse.
- Cara você tem que vir comigo, larga a ovelhinha aí e vamos embora lobo mal.- e deu uma gargalhada mortal, eu admito que sou mega medrosa e não tenho motivo para fingir que não, eu fiquei megarrepiada.
- vai na frente que depois eu vou. - nessa hora o "amigo" dele foi embora (coloquei aspas porque eu percebi que ele não ficou nada feliz com a visitinha)
- olha eu tenho que ir depois a gente se fala
- OK - Foi só o que consegui pronunciar e fiquei observando o meu amigo ir embora...Snif!
Fui para aquele lugar tenebroso que se chama refeitório, e o pior fui sem amigo, e como se não pudesse piorar fui sem amigo pedir desculpas ao cara que eu mais odeio e que apelidei de verme.
Aí vou eu, quando entrei naquela porcaria de lugar senti um vento gélido congelar meus ossos, e é agora que começa não nos cinemas mas na vida real o filme A Hora do Pesadelo.


Autoria: Yasmin Oliveira

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