terça-feira, 28 de setembro de 2010

O Diário de Zoey part. 14


I'm Zoey!



Continuação de O Diário de Zoey




Aquela comemoração toda estava muito linda mas... Sempre tem alguém para estragar a festa e esse alguém tinha que ser aquele vermezinho irritante.
- Oi!
- Oi... - minha mãe disse quase sem fôlego para o meu Apolo, concerteza não aguentou olhar para aquele monumento sem ceder aos seus encantos
- Vocês sãos os pais da Zoey?
- Sim - disse minha mãe ainda ludibriada com aquele deus grego que fascinava até mesmo os machos do campus, e isso é porque ela não o viu sem roupa em cima da Meggie ou era capaz de pedir para participar (eca)
- A senhora parece a irmã mais velha e não mãe! - disse ele com veemência exagerada, era impressão minha ou ele estava flertando com a minha mãe? Se é que as pessoas ainda usam esse termo ultrapassado, porque fala sério... Que criaturinha mais abominável.
- Professor Verner essa é a minha mãe Martha e este é o meu padrasto Henry. - apresentei de má vontade, acho que o Henry também não gostou muito dele e não pense que é porque o Verner só faltava agarrar a minha mãe, é porque ele percebeu que aquele serzinho insignificante não presta, até porque o meu padrasto está acostumado a minha mãe ser paquerada o tempo todo e ele só ri, pois sabe que a minha mãe é só dele. Apesar de sempre ficar lisonjeada com os elogios minha mãe nunca daria bola para ninguém que não fosse o maridinho dela! Eu sei que ela o ama, então vou frear essa cena com chave de ouro.
- Eu sou Jasper Verner muito prazer - disse ele beijando a mão da minha mãe com uma cadência proeminente a outra época - professor de biologia da sua filha. - acho que a palavra filha despertou a minha mãe para a realidade que consistia em que ela é uma mulher casada e tem uma filha. A compostura logo voltou. Ela recolheu a mão delicadamente que ainda estava nas garras do psicopata e posiciounou-se ao lado do marido.
- Minha mãe você sabia que existiam graves suspeitas da direção da escola de que o senhor Verner houvesse me estuprado? - falei na maior cara de pau, percebi um leve tremor no Verner, acho que foi raiva mas não me importa. A Martha arregalou os olhos como se a tivessem esbofeteado.
- Mas pelo visto houve um equívoco, já que o exame declara que não houve nada.
- Como você sabe Verner? Nós só ficamos sabendo agora. Além do mais o exame veio lacrado, será que subornaram a clínica que fez o exame para que o resultado fosse outro? Eu acho que isso lhe convém muito ou será que a sua amante, a Meg, está por trás disso tudo? - ele estava pocesso, ele me fuzilou com aquele olhar de ira, a cólera era apenas piada para o que aconteceu com ele. Depois de respirar fundo e tentar se acalmar ( o que ele não conseguiu) disse
- Eu só queria comprimentar, licença. - e se retirou. Estava todo mundo me olhando como se eu acabasse de gritar "os alieníginas estão invadindo o planeta terra", fala sério.
- O que foi? - consegui dizer.
- Foi muita coisa, explique-se? - foi só o que o Henry conseguiu dizer, porque minha mãe estava prendendo a respiração e por isso não conseguia falar.
- Bom... Eu tenho uma richa com esse professor e parece que ele teve um caso com uma aluna do colégio, e ela foi achada ensanguentada no bosque do campus com a minha ajuda, e eu descobri que ele tem um caso com a enfermeira do colégio e quem sabe com quem mais desse lugar.
- E o que você tem haver com tudo isso? - a minha mãe conseguiu recuperar o ar e perguntar, mas era uma pergunta retórica
- Ele quer que eu seja mais uma marionete dele, mas isso nunca vai colar. Você mesma viu o nível de persuasão que ele exerce nas pessoas. Eu não posso sair culpando-o pelas coisas sem provas então... Fica só na provocação! Ele sabe que eu não tenho nada de concreto contra ele.
- Minha filha... Ai meu Deus! Eu tenho que tirar você daqui... Eu tenho que...
- Não adianta mãe, seja para aonde eu for o fantasma do Verner vai me seguir, nem que seja em pensamento. Eu não posso deixar que ele continue propagando o mal aqui, eu não sou nenhum detetive mas vou ajudar como puder, eu sou a única imune ao poder dele de sedução.
- Isso é muito perigoso. - afirmou o Henry, que se pronunciou apenas agora na discussão.
- Eu sei! - é só o que eu podia dizer, nós conversamos um monte e eu contei tudo o que vinha acontecendo, esquecendo propositalmente a parte em que eu me sentia atraída pelo verme, mas isso não importa. Nos despedimos e eles foram embora promentendo não se omitirem mais da minha vida, pois iriam me ligar regularmente e enviar emails e quando pudessem viriam me ver! Eu amei essa nova perspectiva! Talvez haja aquela tal de luz que dizem ter no final do túnel, e é como dizem... A vida é mesmo uma caixinha de surpresas.



Autoria: Yasmin Oliveira

domingo, 19 de setembro de 2010

O Diário de Zoey part. 13


I'm Zoey





Continuação de O Diário de Zoey



Quando eles entraram o Verner saiu e eu como desculpa disse
- Ela está tomando banho mas já vai sair, se importam se eu der uma volta? Estou muito tensa com o resultado do exame, não precisam esperar por mim para abrir! Eu já volto. - dito isso saí sem esperar resposta, a enfermeira saiu no meu encalço me gritando - ZOEY! ESPERA!!! - Eu olhei para trás e a vi sem ar atrás de mim - O que você queria? - perguntou cabisbaixa
- Sim, o exame.
- Claro, toma. - ela retirou o envelope do laboratório do bolso da calça e após entregar se foi.
- E então Zo? - ele distorceu o apelido que me deu com tamanha ironia que gelou a minha espinha - você foi estuprada?
- Você é ridículo, nem acredito que tenho algum sentimento por você. Dá licença. - fui embora, as lágrimas cediam mas era de raiva, eu nunca senti tanto ódio. Foi por isso que ele estava estranho na lanchonete e depois ficou com ela, tudo porcausa do maldito exame. O que ele esperava? Eu estava com medo e tinha os meus motivos, quem é ele para me julgar? O senhor certinho é que não é. Quem não tiver teto de vidro que atire a primeira pedra! (Pitty). Parece que para ele tudo se resume numa única palavra, a vida se resume em uma única palavra para os homens: SEXO. É só no que pensam! Limpei as lágrimas com a mão utilizando de força exagerada e isso foi bom, pelo menos me levou direto a realidade. Eu voltei para a merda da enfermaria mas não entrei apenas os chamei, eles saíram e me acompanharam até um banco próximo dali aonde o Verner me consolou pela primeira vez. QUE DROGA, tudo me lembra ele! Tirei o envelope do bolso da bermuda e entreguei-o ao Henry, eu ía me sentir melhor se ele pudesse ler e me dizer o que havia nele. E que começe a inquisição porque a herege aguarda o veredicto com extrema impaciência, vamos descobrir se o professor Verner é ou não um predador sanguinário ou apenas um idiota, eu não me esqueci da minha vontade de confeccionar aquela maldita camisa com os seguintes dizeres: I'm idiot!
O meu pai ficou surpreso com a minha atitude nada peculiar, no geral eu já teria rasgado o envelope e visto mas... Dessa vez a coisa era séria e o resultado sendo positivo ou não iria mudar a minha vida independente do meu querer.
- Minha filha, eu quero que saiba que independente de qualquer coisa eu... Eu vou cotinuar te amando!
- Eu sei mamãe! Eu sei.
- Meninas... Não chorem a Zoey está bem, nada de estupros!
- O quê? Nada de estupro? - Eu nem podia acreditar \oo/ eu e a minha mãe demos as mãos e começamos a pular, a gritar, e fazer uma dança esquisita. O Henry gargalhou dessa comemoração nada sutil e concluíu
- Tal mãe, tal filha!

Autoria: Yasmin Oliveira!

O Diário de Zoey part. 12


I'm Zoey



Continuação de O Diário de Zoey



Consegui sair do banheiro sem aquelas terríves teias de aranha que tomaram conta do meu cabelo, e a poeira do corpo... Que banho maravilhoso saí com o cabelo cheirando a morango, enrolada na toalha fui até a minha escrivaninha e liguei o meu aparelho de som para escutar The only exception de Paramore (vc eh a exceção), quando voltei a realidade do meu quarto impecavelmente limpo e arrumado encontrei o Phill me observando e que susto, não vou mentir não...EU GRITEI! rs. Ele se aproximou e levantou os braços na minha direção, eu não resisti e o abracei.
- Z?
- Z? Que bonitinho - Ele sorriu
- Não gosta?
- Claro que gosto, é muito fofo!
- Z; você está diferente... - disse fanzindo o cenho - está muito insegura...
- Eu sei, ando dependendo demais das pessoas, do que elas pensam... Mas é que eu estou sozinha nessa!
- Isso não é verdade... Penso em você com frequência... Na verdade o tempo todo!
- Porque não foi me ver?
- O Verner estava lá, eu não quis dividir você no meio - rimos muito dessa hipótese extraída da bíblia (o rei Salomão) - eu tenho que ir - ele me deu um beijo na testa e foi embora, me deixando naquele quarto ao som de Paramore!
Fui escolher uma roupa e optei por uma bermuda jeans; uma blusa de manga longa preta com dois botões na frente (também pretos); e um all star preto com o cadarço branco. Agora é só sair a caça do casal 20, por dedução pura e lógica os meus pés me levaram até a lanchonete e bingo! Eles estavam lá. Eu me sentei ao lado deles e os acompanhei no lanche pedidndo um suco de laranja e um sanduíche natural, casualmente começei uma conversa
- E o John? Porque não veio? - Eles se olharam por alguns segundos com cautela e depois me fitaram tentando encontrar a resposta certa, minha mãe pela primeira vez na vida estava sem fala (que conveniente) então o Henry foi o porta-voz e isso não é bom sinal, já que ele não é muito de falar, a notícia deve ser ruim.
- O seu pai está viajando com a noiva, ela está grávida, ele nem ficou sabendo do estupro nem nada! - ele terminou de falar torcindo um pouco.
- Ah tah! - disse não conseguindo disfarçar a decepção e frustração que me golpeou, minha mãe terminou de comer e começou a tagarelar como sempre fazia, o que de certa forma me consolou bastante, pois precisava escutar amenidades e esquecer coisas mais sérias do tipo: eu sempre fui muito ligada ao meu pai e nós sempre estudamos juntos, e tivemos dicussões acadêmicas, e falamos de namorados, e uma infinidade de coisas, mas ele se casou e nem fala mais comigo, nem me ligou desde essa maldita lua-de-mel e eu respeitei ele querer curtir a mulherzinha mas... A filha dele foi estuprada e ele não está nem aí, aposto que ele sabe de tudo e disse que estava ocupado, ele ultimamente anda muito ocupado, ele nunca foi um pai ruim e agora tem sido o pior, e eu nem posso culpar a minha madrasta ela sempre me tratou super bem... Eu tenho que para com isso ou vou chorar... Calma ZOEY segura a lágrima, segura garota. Você só está pensando besteira. Involutariamente disse
- Ele nem sequer ligou... - uma lágrima escorreu na minha face e eu me odiei por isso, estar chorando por ele... Minha mãe se comoveu e começou a chorar comigo e me abraçar e dizer "vai ficar td bem meu anjo, vai ficar", ou algo do tipo " nós estamos aqui" enquanto essa cena desastrosa se passava a galera ía passando e presenciando aquele momento constrangedor e eu vi o Verner... Ele me olhou de um jeito que eu não gostei, acho que vi ódio, amargura, e algo que não consegui decifrar, talvez decepção... Não sei. Depois ele vai ter q me explicar! Quantas emoções me rodeando, estou beirando o desespero! E esse mistério rondando esse misterioso professor de biologia está me levando a loucura. Minha mãe voltou a falar de amenidades do tipo: ela e o Henry vão fazer outro cruzeiro no final do ano e ela quer me levar com ela de qualquer jeito, falou que a minha prima engravidou aos 15 anos e que lá na casa da minha tia está a maior confusão, e completou todo o falatório dizendo que se eu ficasse grávida por causa do estupro eu poderia abortar, e ainda disse mais, que ía me apoiar no que eu precisasse e eu não precisava me preocupar com nada que se eu quisesse levar em frente a gravidez e depois entregar o meu filho para algum casal, ela conhecia um perfeito e que eu poderia continuar vendo o baby quando quisesse! Eu nem acreditei.
- O que aconteceu com a minha mãe e quem é você? - Ela sorriu e debochou
- Você é muito engraçadinha, eu só estou tentando ajudar...
- Eu sei mãe e agradeço, mas eu nem tenho certeza... Porque nós não vamos até a enfermaria e vemos se já chegou o exame? - O meu padrasto é que estava muito feliz com tudo aquilo (eu estava me dando bem com a minha mãe e nós estavamos uma escutando a outra, isso era encantador, mas sinceramente não sei até quando dura todo esse milagre, rs)
- Eu peço desculpas pelo ataque na efermaria
- Imagina meu anjo, sua mãe exagerou um bocado também! - ela nunca ía admitir que estava desesperada e que exagerou pra caramba (rs), o meu pai substituto só riu. Terminada a refeição fomos na enfermaria pegar o resultado e que surpresa! Quando abri a porta me deparei com uma cena de levantar qualquer defunto (ainda bem que o casal 20 ficou para trás vendo uma roseira incrível, eles tem um mega jardim lá em casa, daí o interesse) eu fiz a maior cara de paisagem como se aquilo fosse super normal, e deveria ser não é? Nos últimos dias estava comum a minha pessoa ser platéia daquele tipo de orgia, ela ficou completamente desconcertada, pediu desculpas e foi no banheiro tomar um banho, enquanto predador verme gigante ficou parado completamente a vontade com a sua nudez e com um sorriso irônico nos lábios carnudos e sensuais, que pernóstico.
- Dá para se cobrir? Os meus pais não vão demorar muito para me alcançar. - Disse com impaciência
- Não precisa se esconder atrás do pretexto dos seus pais estarem vindo... Você está na verdade incomodada porque não resisti a mim.
- Estou realmente incomodada, mas é com a sua cara de pau. Não vale nem o prato que come, e as suas promessas são fajutas como eu previ que eram, aquele papo de "vou ser só seu" - afinei a voz ao tentar imitar aquela voz perfeita - era tudo mentira, como eu sempre soube que era, aliás, como tudo em você é... Uma completa e irrevogavél mentira! - ele estava transtornado... A fúria era evidente em seu olhar, acho que se pudesse me matava ali sem nenhuma cerimônia mas eu fui salva pelas circunstâncias, os meus pais chegaram.
Graças a Deus ele já havia se vestido ou a minha mãe ía ter um ataque cardíaco com tanta beleza e euforia que emanva daquele corpo nu, que trazia consigo uma sensação de adrenalina. No meu ouvido ele disse
- Te espero lá fora - foi tão baixo e tão rápido que eu quase não notei, foi como se o ar sussurasse no meu ouvido algo qualquer que fizesse cócegas e me arrepiasse dos pés a cabeça... E que sensação divina!



Autoria: Yasmin Oliveira

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Do lado de cá!


Se a vida às vezes da uns dias de segundos cinzas
e o tempo tic taca devagar
Põe o teu melhor vestido, brilha teu sorriso
Vem pra cá, vem pra cá
Se a vida muitas vezes só chuvisca, só garoa
e tudo não parece funcionar
Deixe esse problema à toa, pra ficar na boa
Vem pra cá

Do lado de cá, a vista é bonita
a maré é boa de provar
Do lado de cá, eu vivo tranquila
E o meu corpo dança sem parar
Do lado de cá, tem música, amigos e alguém para amar
Do lado de cá

Se a vida às vezes da uns dias de segundos cinzas
e o tempo tic taca devagar
Põe o teu melhor vestido, brilha teu sorriso
Vem pra cá, vem pra cá
Se a vida muitas vezes só chuvisca, só garoa
e tudo não parece funcionar
Deixe esse problema à toa, pra ficar na boa
Vem pra cá

Do lado de cá, a vista é bonita
a maré é boa de provar
Do lado de cá, eu vivo tranquila
E o meu corpo dança sem parar
Do lado de cá, tem música, amigos e alguém para amar
Do lado de cá


A vida é agora, vê se não demora,
Pra recomeçar é so ter vontade de felicidade pra
pular

Do lado de cá, a vista é bonita
a maré é boa de provar
Do lado de cá, eu vivo tranquila
E o meu corpo dança sem parar
Do lado de cá, tem música, amigos e alguém para amar
Do lado de cá

Chimarruts

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

O direito à diferença




Há uma margem desabitada
No preâmbulo da angústia
Sinal indefinido de evidências

Há uma réstia de um sabor
No âmago da discórdia
Contemporizando com a amargura

Há a proveniência
Das decisões discernidas
Na intenção da intocabilidade

Há o fragor
Implícito na abundância
Que aqui se torna de todo descabida

Há um tempo que morre
Na resolução do acabado
Na insanidade do desrespeito

Há outro tempo que ora nasce
No prelúdio da alvorada
Como tonificante para a busca do futuro

Tudo se transforma a preceito
Na evolução das vivências
Às vezes por mero defeito
Ou então nas consistências
Mas cada coisa tem seu jeito
Muito para além das aparências

António MR Martins



O sonhador




Hei! Vem para o meu sonho. Pensar em sonho é tão difícil quanto pensar no amor, chego a ficar em duvidas, quando as pessoas falam em sonhos. Quer sonhar? Vamos sonhar. Hummm! Como é bom sonhar que está correndo sob as árvores, chutando suas folhas caídas, correndo e gritando com toda a força, para aliviar os desejos da alma. Se querer e ter objetivos é sonhar, não quero sonhar. Meu sonho é voar como se tivesse asas, voar na imaginação com todos aqueles que sonham como eu. Agora vocês me dão licença que eu vou sonhar, vou atravessar a barreira da realidade, vou saltar na imaginação de corpo e alma para encontrar pessoas que jamais encontraria, meu sonho é tão real que sinto a presença deles, toco neles e escuto o que eles têm a me dizer, às vezes nem quero que vão embora, pois sei que jamais os verei de novo. No sonho abro o meu coração, sonho com a amada, escuto suas palavras de amor, sinto o seu corpo, seu beijo gostoso e sua felicidade de partilhar aquele sonho comigo, mas nem sempre é feliz, no sonho também sofro decepções e acabo abandonado. Não sei se sonhar é viajar ou vagar no inconsciente, só sei que é um mergulho no irreal, um passeio no imaginário. Nele eu chego a ver a minha deusa do meu lado, ela fala em meu ouvido, chega a contar os seus segredos, depois sorri e diz que também me ama. Ela está aqui, eu sei que está, pois pego na mão dela e corremos nas nuvens. Não quero mais voltar! Só quero sonhar! Como é bom sonhar, sonho que sou um beija a flor, sonho que sou um ursinho, chego a sonhar que sou um urubu só para voar bem alto, o mais alto que puder, quero ver tudo bem pequeno, se quiser posso até chegar ao céu, não tem limites o meu vôo. Como sonhar é gostoso! Por que existe a realidade? Por que não posso sonhar para sempre? Não quero a realidade vou voltar para o sonho! Encontro uma garota que também é sonhadora chegando com seu lindo vestido branco. Olho para ela. Dou um sorriso e digo: - Não quero branco e pinto o vestido e o cabelo dela de azul. Nós saímos correndo e riscando tudo de azul, corremos riscando a rua e começamos a voar riscando também o céu, seus cabelos compridos flutuam com o vento, nossos riscos têm o formato de um grande coração com uma flecha fincada no meio. Olho para ela e não quero mais azul, pinto o vestido e o cabelo dela de amarelo, saímos correndo entre as flores chegando até uma grande árvore perto do mar, dali vemos um lindo arco íris, corremos sobre o mar e subimos no arco íris, chegando lá em cima, nós damos um mergulho rasante e muito veloz querendo sentir a água fria. Nós saímos da água, eu olho para ela e não quero mais amarelo, pinto o vestido e o cabelo dela de vermelho. Saímos correndo nos amando como loucos, colorindo todo o caminho de vermelho e deixando o perfume do amor, onde passamos o cheiro do amor atrai amor e tudo e todos se transformam e só querem amor e amar. O dia está acabando, eu olho para ela e não quero mais vermelho, pinto o seu vestido e o seu cabelo de preto. Saímos correndo e assustando todo mundo num sonho assustador, chega a virar pesadelo, mas não paramos e continuamos correndo no escuro, iluminados pela lua cheia, num céu estrelado e lindo. Estou muito cansado e não consigo mais sonhar. Ela vai embora com seu lindo vestido preto e me deixa ali jogado na realidade. Eu não quero a realidade, eu quero sonhar e não volto mais... Paulo Ribeiro de Alvarenga

O Diário de Zoey - part. 11


I'm Zoey

Continuação de O Diário de Zoey

Despertei com o som de uma conversa nervosa e tensa, distingui de imediato a voz da minha mãe e a julgar pelo tom de voz ela estava prestes a entrar em ebulição.
- Henry! Quem essa Meggie pensa que é? Eu estou quase perdendo a paciência - disse ela aos gritos, ele bufou
- O que foi? Está querendo dizer que eu sou desequilibrada? - melhor interromper essa conversa antes que as coisas piorem
- Mãe... - consegui dizer com a voz fraca, ela ficou perplexa
- Minha filha! - ela sussurou na minha orelha cheia de emoção - Está tudo bem com você?
- Sim mãe.Tudo bem. - Espero que sim, acrescentei mentalmente - Henry?
- Oi meu amor! - meu pai é um homem de poucas palavras, ao contrário da minha mãe que tem pavio curtissimo (rs)
- Oi - disse com um sorriso fraco, que saudade daquele homem! Há quanto tempo não os vejo? Acho que desde o cruzeiro que fizemos nas minhas férias. Tentei me levantar, mas foi inútil não tenho forças nem pra levantar uma palha, então o Henry me ajudou (ele é como um pai pra mim), minha mãe estava silenciosa demais e de costas, eu nem sei o que se passa na cabeça dela, tem algo nisso tudo que não me agrada! Eu podia sentir a tensão que emanava dela, podia quase tocar no desconforto que ela sentia, podia ouvir o som desconcertante da sua respiração que falhava nos momentos que ofegava, ela estava arrasada, eu sabia que chorava. Mas porque? Abruptamente ela virou-se e pude ver a angústia que consumia todo o seu ser (pode parecer drama, mas só digo o que vi) ela me fitou com uma urgência descomunal e verbalizou de forma confusa o que tanto a afligia
- Minha filha?! Me diga... Não nos poupe a verdade... Alguém abusou de você? - Enquanto ela falava eu franzi o cenho - Eu sei que é um assunto complicado, mas... Eu não aguento mais essa tensão. Eu preciso saber! - Eu levei um minuto para entender o que ela queria dizer, e quando percebi fiquei chocada, eles não vieram me ver porque eu estava mau, mas porque achavam que eu havia sido estuprada? Quer dizer que se estivesse apenas doente eles não viriam? Que tipo de família é essa que eu tenho? Essas dúvidas me assombraram então eu estremeci diante daquele mar de incertezas, fundo demais para uma adolescente insignificante como eu. QUE DROGA. Minha mãe interpretou errado as minhas reações e começou a gritar como sempre faz quando tem uma ADP (ataque de pelanca) então os dizeres começaram com algo do tipo "eu sabia" seguido de "eu carreguei essa garota por nove meses para isso?", ela se descabelou, enfim, deu a louca na coroa, mas como sempre em nenhum momento ela me ouviu. Fingiu que eu nem existia, que é exatamente o que faz desde que ela e o meu verdadeiro pai se separaram... Pera aí! Cadê ele? Não importa, aliás ninguém se importa! Eu tentei chamá-la mas ela estava ocupada demais com o seu discurso sobre como a vida era cruel com ela, etc, e etc... Enquanto isso o Henry apenas me observava atentamente, para saber o que se passava dentro da minha cabeça, mas eu só estava irritada pelo fato deles não me ouvirem, era só isso! O Henry ainda me olhava, encontrei piedade naqueles lindos olhos azuis, aquilo era a gota d'água. As lamúrias começaram a ficar insuportáveis, e eu parecia uma bomba relógio que quando chega ao ápice cabum! Estoura...
- CHEGA! Dá para vocês pararem? - O Henry não entendeu muito bem a parte do vocês pela expressão de incredulidade, apesar do Henry não ser o meu pai de verdade é como se o fosse, eu o conheço muito e o admiro, porque cá entre nós qualquer um que consiga ficar mais de 5 minutos ao lado da minha mãe merece congratulações. Minha mãe ficou super ofendida e começou a tagarelar muito mais, eu fechei os olhos e a minha cabeça latejava. O monólogo da minha mãe prosseguia me irritando e dando nos nervos. Eu não sou nenhuma inválida e nem pretendo ser. Para sair dessa maca eu seria capaz de doar metade do meu cérebro e é isso o que eu vou fazer, levantar e não pensar em mais nada, não sou nenhuma patricinha mimada e nem uma senhora complexada. Me levantei (ignorando a vertigem que me acertou em cheio e que insistia em me derrubar) mas não desisti, fiquei de pé, peguei as minhas roupas e tomei um banho. Quando eu saí da enfermaria minha mãe tentou me impedir puxando meu braço, mas eu consegui me soltar e fui caminhando lentamente pelo caminho até o meu dormitório, enquanto o Henry conversava com a Martha.
- Ela precisa de ar puro!
-Mas...
- Deixe a menina ir, depois ela volta - Eu adorava isso nele, a liberdade regrada, ele sabia que eu precisava de tempo. Respirei fundo, e o ar puro do campus invadiu as minhas narinas em contentamento destas que vieram com um quê de liberdade, eu não suportava mais ficar presa naquela enfermaria. Foi então que encontrei Alice e para a surpresa geral ela veio falar comigo
- Olá, Bela Adormecida!
- Olá, amiga invisível! - ela gargalhou da minha ironia
- Achei que tinha superado essa fase. - disse risonha e de bom humor
- E eu que você não ía mais falar comigo!
- Fala sério! A garota está no hospital e eu e o Conrado terminamos...
- Oh! que pena... Mas falando em hospital e Andrômenda... Você sabe como ela vai? Estou muito preocupada com ela! - Completei meio constrangida, mais uma vez ela gargalhou com a incredulidade estampada na face, me deixando pior do que já estava.
- Você é a última pessoa que eu esperava que me perguntasse isso, a garota te infernizou e você me pergunta dela? Então é verdade o que me falaram? Oh meu Deus!
- Depende... O que te falaram?
- Você sabia aonde ela estava! - disse com veemência
- Eu tive um sonho, só isso... Apenas coincidência!
- Você é uma garota do tipo PA- RA- NOR- MAL? Eu nem acredito... Eu tenho uma amiga que vê o futuro?
- Hã? Amiga?
- Eu já disse que eu estou falando com você!
- E eu não tenho que aceitar ser sua amiga?
- Você não tem muitas opções de amizade sabia?
- Tá legal! Tá legal; você tem razão, mas fala baixo por favor!
- Eu tenho que ir agora, mas tarde eu passo no seu dormitório pra você me explicar essa história de novo, OK?
- OK! - E dito isso fui embora deixando para trás Alice com o seu entusiasmo frívolo. Chegando no meu quarto fui faxinar aquele ninho de cobra com filhote de cruz credo que apelidei carinhosamente de quarto. Ao terminar me encontrei em exaustão, peguei o meu celular para conferir as mensagens, chamadas e etc... Mas que surpresa tinha uma mensagem do ex-mô falando "precisamos conversar, quando puder me liga!" e outra surpresa já estamos na quinta-feira, ou seja, perdi dois dias de aula. Parece que hoje foi o dia das surpresas, mas ao meu ver nenhuma boa, algumas até razoavelmente boas, mas definitivamente nenhuma excelente, só sei que preciso de outro banho!

Autoria: Yasmin Oliveira