quarta-feira, 15 de setembro de 2010

O sonhador




Hei! Vem para o meu sonho. Pensar em sonho é tão difícil quanto pensar no amor, chego a ficar em duvidas, quando as pessoas falam em sonhos. Quer sonhar? Vamos sonhar. Hummm! Como é bom sonhar que está correndo sob as árvores, chutando suas folhas caídas, correndo e gritando com toda a força, para aliviar os desejos da alma. Se querer e ter objetivos é sonhar, não quero sonhar. Meu sonho é voar como se tivesse asas, voar na imaginação com todos aqueles que sonham como eu. Agora vocês me dão licença que eu vou sonhar, vou atravessar a barreira da realidade, vou saltar na imaginação de corpo e alma para encontrar pessoas que jamais encontraria, meu sonho é tão real que sinto a presença deles, toco neles e escuto o que eles têm a me dizer, às vezes nem quero que vão embora, pois sei que jamais os verei de novo. No sonho abro o meu coração, sonho com a amada, escuto suas palavras de amor, sinto o seu corpo, seu beijo gostoso e sua felicidade de partilhar aquele sonho comigo, mas nem sempre é feliz, no sonho também sofro decepções e acabo abandonado. Não sei se sonhar é viajar ou vagar no inconsciente, só sei que é um mergulho no irreal, um passeio no imaginário. Nele eu chego a ver a minha deusa do meu lado, ela fala em meu ouvido, chega a contar os seus segredos, depois sorri e diz que também me ama. Ela está aqui, eu sei que está, pois pego na mão dela e corremos nas nuvens. Não quero mais voltar! Só quero sonhar! Como é bom sonhar, sonho que sou um beija a flor, sonho que sou um ursinho, chego a sonhar que sou um urubu só para voar bem alto, o mais alto que puder, quero ver tudo bem pequeno, se quiser posso até chegar ao céu, não tem limites o meu vôo. Como sonhar é gostoso! Por que existe a realidade? Por que não posso sonhar para sempre? Não quero a realidade vou voltar para o sonho! Encontro uma garota que também é sonhadora chegando com seu lindo vestido branco. Olho para ela. Dou um sorriso e digo: - Não quero branco e pinto o vestido e o cabelo dela de azul. Nós saímos correndo e riscando tudo de azul, corremos riscando a rua e começamos a voar riscando também o céu, seus cabelos compridos flutuam com o vento, nossos riscos têm o formato de um grande coração com uma flecha fincada no meio. Olho para ela e não quero mais azul, pinto o vestido e o cabelo dela de amarelo, saímos correndo entre as flores chegando até uma grande árvore perto do mar, dali vemos um lindo arco íris, corremos sobre o mar e subimos no arco íris, chegando lá em cima, nós damos um mergulho rasante e muito veloz querendo sentir a água fria. Nós saímos da água, eu olho para ela e não quero mais amarelo, pinto o vestido e o cabelo dela de vermelho. Saímos correndo nos amando como loucos, colorindo todo o caminho de vermelho e deixando o perfume do amor, onde passamos o cheiro do amor atrai amor e tudo e todos se transformam e só querem amor e amar. O dia está acabando, eu olho para ela e não quero mais vermelho, pinto o seu vestido e o seu cabelo de preto. Saímos correndo e assustando todo mundo num sonho assustador, chega a virar pesadelo, mas não paramos e continuamos correndo no escuro, iluminados pela lua cheia, num céu estrelado e lindo. Estou muito cansado e não consigo mais sonhar. Ela vai embora com seu lindo vestido preto e me deixa ali jogado na realidade. Eu não quero a realidade, eu quero sonhar e não volto mais... Paulo Ribeiro de Alvarenga

Nenhum comentário:

Postar um comentário