quinta-feira, 17 de junho de 2010

O Diário de Zoey - part.6

I'm Zoey


Continuação de O Diário de Zoey


Fui encontrar a minha nova BFF (Best Friend Forever) na lanchonete do campus, e fiquei mofando a espera de alguém que não vinha. Andrômeda deu uma passadinha lá só para me pisar e humilhar, só faltou cuspir e escarrar em cima de mim.

- Está esperando alguém? Porque se está desista, ela está ocupada demais no maior chupa-chupa com o gato do Conrado, p/ se preocupar com você queridinha. - Tudo bem, queridinha não ofende ninguém, mas o jeito como ela pronuncia... Parece até esmola, como se de alguma forma ela fosse superior a mim e o máximo de mérito que permitia era a sua antipatia com aquela palavra no diminutivo.

- Obrigada. – disse resignada e saí dali porque a voz dela parecia um agouro que me deixava surda de ódio, e afogada numa cólera maligna que sufocava a minha alma, simplesmente não a suportava e daria gargalhadas em cima de seu caixão sem falar do champanhe que beberia, ou melhor, tomaria banho, mas eu precisaria de companhia para isso e quem eu escolheria para ser meu amante naquele sórdido momento? Você sabe muito bem quem veio a minha mente. Isso mesmo ele. Um desejo incontrolável cresceu dentro de mim de forma inesperada, era incontrolável, como se os meus pés governassem o meu corpo ao invés do meu cérebro, a razão dizia não vá, mas no meu íntimo eu queria, eu precisava... E se ele estivesse lá de novo? Parece que eu só vou ao cinema para assistir filme de terror chega de A Hora do Pesadelo, eu simplesmente não agüento mais. Mesmo assim o meu corpo me traía incansavelmente, eu não quero mais conviver com essa tensão, eu não vou mais tentar fingir que não me importo com a sua presença, nem ignorá-lo e se encontrá-lo lá... E daí? Eu não vou deixar de freqüentar os lugares por causa daquele vermezinho insignificante, p/ mim chega desse joguinho eu não sou uma peça do tabuleiro dele, sinto que de alguma forma ele me manipula não completamente como acontece com as minhas colegas de sala ou como todas as garotas do campus, entretanto ele tem algum poder de persuasão sobre mim, não sei como me impor perto dele, aqui é fácil organizar meus pensamentos, só que na presença dele as coisas mudam de figura e tudo fica embaçado. Sinto-me ludibriada por aquele ser fascinante, quando me lembro dele me tocando e acariciando, chego a me arrepiar. Penso nele com aquele rosto endeusado, com a angústia na face, uma angústia que parecia ter se enraizado e que não era natural daquele deus que iluminava a minha vida de forma tão clara e obscura, ao mesmo tempo em que sinto vontade de acariciar o seu rosto e aninhá-lo em meus braços, sinto vontade de renegá-lo para longe de mim, com nojo de sua arrogância e prepotência... Meu rosto passou de pálido e lívido para o vermelho e logo após o roxo, meus pensamentos foram cortados por uma cena indescritível, ou melhor, emocionalmente indescritível, nem acredito no que vejo... A vaca da Alice estava na maior pecação* com o Conrado; então eu devo parabenizar Andrômeda pelo serviço prestado. Não teve nem a coragem de esconder aquela pouca vergonha de mim e de todos os outros do campus, eu mato essa... Pensamentos incoerentes atrapalharam o meu raciocínio, com aquele sentimento maligno que se apossou de mim fui até ela e dei-lhe um puxão pela camisa que ouvi um barulhinho, ops! Acho que rasguei a camisa dela, mas não importa porque eu nem tinha me dado conta, o escárnio e ódio eram tão nítidos em minha face que o Conrado se encolheu na minha presença, e vale ressaltar que ele é um dos melhores atletas do campus, ele é simplesmente um monstro. Ela me olhou como se pudesse me estrangular, mas depois reconsiderou a hipótese e apenas me ignorou, por fim dando continuidade à seção Desentupidor de privada (esse filme é novo), deu até nojo de vê-la grudada a ele pareciam que tinham se fundido, ela o agarrou como a vaca nojenta que ela é, argh! Ela simplesmente me ignorou? Não entendo, essa garota é louca? Alice não deve ter consciência de que a blusa dela esta rasgada e ela esta cercada de alunos fofoqueiros que amam uma confusão. Eu a cutuquei dessa vez com impaciência ao invés de ódio, e quem me olhou com fúria foi o convencido do Conrado.

- Você não se esqueceu de nada não Alice? Tipo... Um compromisso que você tinha numa certa lanchonete? – Ela me olhou calculando se podia ou não confiar em mim e olhando para os lados para ter certeza de que a platéia havia perdido o interesse e houvesse se dispersado, pelo que percebi; ela não queria chamar a atenção e me chamou para um canto com um gesto, fazendo um sinal para Conrado de: a gente se fala mais tarde.

- Olha aqui, eu só vou dizer uma vez, então preste atenção: não podemos ser amigas, não me leve a mal, você realmente é legal mas...

- Mas o quê?

- VOCÊ É MEIO BURRINHA NÃO É? Então eu vou tentar te explicar: eu não quero ser sua amiga, nunca quis, só queria era irritar aquela vaca da Andrômeda e não podia ter feito melhor, agora Conrado é só meu. Troca justa não? Eu já vou, não quero que ninguém me veja com você porque se ela souber... Não quero nem ver a zebra que vai dar e ah! Nunca mais fale comigo, muito menos me interrompa quando eu estiver com o Conrado, nunca mais, fui bem clara? – acho que murmurei algo do tipo “OK” ou sei lá o quê, não importa. Depois que ela saiu praticamente não movi um músculo, fala sério, eu ainda estava digerindo aquelas palavras; porque Andrômeda tem interesse em me isolar, e deixar sem amigos? tudo bem já sei o que você vai dizer: você só vive brigando com essa menina, ela roubou o seu namorado só de perversidade, ela tenta te humilhar na frente de todo mundo, ela te odeia porque você tira notas boas e por último porque você é a garota que o professor de biologia mais implica. Sinceramente eu não entendo porque essas loucas dessas garotas iriam querer que o professor implicasse com elas, só por causa da atenção? Talvez; mais sei lá viu... Porque ela desistiria de uma maldadezinha pessoal por outra? Será que o ódio que sente por mim vai além do habitual? Ou ela anda fazendo uns favores para agradar o querido verme? Será que... Não eu devo estar louca, além do mais você não vai quere escutar isso, eu estou falando sério... Você não vai querer saber o que eu estou pensando, não adianta discutir eu não vou dizer argh! Tudo bem eu digo, agora preste atenção, e se estiver lendo alto diminua o tom porque eu pensei que... Perdi o fôlego, só um segundo para me recompor, eu pensei que... que... que ele pode estar recompensando-a com aquilo que ela mais quer, pronto o alívio tomou conta de mim, colocar para fora me fez muito bem só que logo após a falta de ar me tomou conta, só de pensar nela e ele juntos, acho que até me esqueci de como se respirar, ela e todas as garotas do campus sonham com uma coisa: ele. Só de pensar chego a estremecer. Eu sei, eu sei tudo isso são suposições, sem chance de ser verdade, é uma teoria infundada e sem provas... Ou não. Vamos pensar um pouco, desde segunda-feira Andrômeda tem me atormentado, me deixando sem namorado, arruinou a minha vida social, ninguém mais fala comigo, e quando acho que fiz uma amiga a perco, fora o fato daquele imbecil do Verner ter de alguma forma persuadido o meu amigo, para mim ele vai ser sempre meu amigo! Enfim eu estou sozinha de novo.



Autoria: Yasmin Oliveira

Um comentário:

  1. Gostei desse amor;puxa eu naum queria que ela ficasse sozinha;é muito chato isso.
    fazer oq...
    Bjs

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