quarta-feira, 13 de junho de 2012

O Diário de Alice Jackson part.7


My name is Revenge.

Alice Jackson

Enquanto orava; pedi a Deus desculpas pelo meu sentimento de vingança, por querer matar o meu marido. Que Deus me perdoe, mas eu não quero odiar ninguém mas...eu fui abandonada, isso tem que me absolver deste pecado que neste momento assola a minha alma, é muita humilhação para uma garota de São Francisco. O barulho lá fora ficava cada vez mais ensurdecedor, eu não estou aguentando a minha curiosidade, entretanto não quero dar o braço a torcer e me dar ao desfrute dos saciamentos mundanos, como a curiosidade, mas devo dizer que estou tentada a sair. Como não há nada que me prenda a igreja, já que à missa pelo visto não haverá mais; vou sair, e desfrutar do meu prazer mundano salvo que eu resisti o máximo que pude. Sou uma heroína!
Quando saí avistei a mulher mais linda que já vi em minha vida, nunca tinha visto uma mulher tão formosa e elegante, exceto pela minha mãe que era uma flor delicada, e essa mulher me lembrava a minha mãe pela sua beleza e altivez. Cabelos negros, bem penteados, estava preso num penteado delicado com uma presilha muito cara isso era óbvio, o vestido então era um luxo, mas sem muitos babados e brilhos e paetês, o rosto era delicado, me lembrava uma boneca de porcelana. Não pude ver mais detalhes referente a essa desconhecida, todavia vi o homem que a acompanhava, deveria ser seu marido pela forma como a segurava, a sintonia que eles compartilhavam, a intimidade como se olhavam, espero algum dia ter algo assim com Nicholas...Espero...espero não matá-lo ou serei a viúva mais nova da cidade, risos.
Pelo que puder ver havia uma comitiva de nobres com este casal, era uma gente muito arrumada e refinada, os vestidos de muitas delas não era particularmente de meu gosto, mas enfim, não pode-se dizer que não eram exuberantes, com aqueles babados, paêtes...e você pode ter uma noção do resto. Os homens então estavam alinhadíssimos, pena a moda masculina estar um pouco exagerada, bufante, e feminina. Não que a minha opinião valha de coisa alguma, por isso a expresso com certa reserva, pois como não canso de dizer é o meu gosto o que não significa necessariamente nada, e é uma pena ressaltar que vocês estão a principio sujeitos a concordarem comigo, já que os mesmos não possuem uma opinião parcial dos relatos da minha história, a minha verdade contada. A minha visão ficou poluída com aquela parada improvisada, me canso rápido de tanta cor e informação junta, me entedia, gosto de coisas simples, e isto tudo era papagaiada demasiada.
Vontade de ir para casa não me falta, muito menos perna, todavia não deixarei Emma preocupada com meu sumiço, não seria justo, logo terei que esperar todo esse furdunço acabar e me encotrar com todos da fazenda. Inclusive com aquele peraltinha que me tira a paciência, e que deve estar aprontando todas na parada. Enquanto eu pensava que o padre ia ter uma síncope, o mesmo esta paparicando a nobreza de não sei lá da onde. Vendido, aprisionado pela luxúria desse mundo. Nem o padre se salva.
Encontrei Emma na multidão - aquele furdunço conseguiu criar uma multidão na minha pequena cidade - avisei-a que estava me retirando e indo para casa sozinha, estava insatisfeita.
O caminho de volta foi de calmaria como previsto, já que a cidade toda estava ocupada prestigiando os hereges que atrapalharam o culto. Quando cheguei em casa que susto não foi ver os cavalos de Nicholas e seu bando atados a pilastra de uma casa adjacente a propriedade, não sei nem como reagir. Fiquei um longo tempo analisando as opções a seguir; conclui que o melhor seria agir naturalmente, como se ele nunca tivesse ido embora - por hora agirei assim - porque o que pertence a Nicholas Morgenstern esta guardado e Revenge é meu nome secreto, continuei andando até a cozinha porém ouvi vozes e hesitei, parecia que havia borboletas em minha barriga ansiando para sair, comecei a suar pelos poros das mãos, e meu coração ficou acelerado ao ouvir o destacado som de sua gargalhada. Aquele som me encantou mais que tudo, todavia fiz cara de poucos amigos, entrei na cozinha, fiz o almoço, servi primeiro ao meu marido- que me olhou um pouco bobo, um pouco surpreso pela minha reação. Não discordo de sua reação, de primeiro intento teria eu colocado para fora toda a minha ira e frustração, mas a paz estava comigo e é claro: a astúcia - , ele comeu - servi os outros que foram ainda menos discretos com seus olhares furtivos a meu marido- , eles comeram, e só então eu comi. Depois de arrumar a cozinha pedi licença - ao sair ouvi eles comentarem sobre o porque eu não matei o Nicholas naquele exato momento, e porque eu não estava nem ai para esses malditos, e a resposta é que eu sou superior e estou guardando o meu espetáculo para hoje a noite, me aguarde Mr. Morgenstern - e decidi ler o diário da minha mãe pela centésima vez - nunca havia mencionado não é? Ficou curioso para saber o porque? Então continue lendo o meu diário, a minha verdade não calada, contada, revelada, posta perante ti. Te aguardo aqui, neste mesmo diário, para continuar instigado a me entender.

Ass: Yasmin Oliveira!

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